O Nordeste é habitado desde a
pré-história pelos
povos indígenas do Brasil, que no início da colonização realizavam trocas comerciais com
europeus, na forma de extração do
pau-brasil em troca de outros itens. Mas ao longo do período de colonização eles foram incorporados ao domínio europeu ou eliminados, devido às constantes disputas contra os senhores de
engenhos.
Em
1630, a
Capitania de Pernambuco foi invadida pela
Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (
West Indische Compagnie). Por ocasião da
União Ibérica (1580 a 1640) a então chamada
República Holandesa, antes dominada pela
Espanha tendo depois conseguido sua independência através da força, veem em Pernambuco a oportunidade para impor um duro golpe na Espanha, ao mesmo tempo em que tirariam o prejuízo do fracasso na
Bahia. Em 26 de dezembro de 1629 partia de São Vicente, Cabo Verde, uma esquadra com 66 embarcações e 7.280 homens em direção a Pernambuco. Os holandeses, desembarcando na praia de
Pau Amarelo, conquistam a capitania de Pernambuco em fevereiro de 1630 e estabelecem a colônia
Nova Holanda. A frágil resistência portuguesa na passagem do
Rio Doce, invadiu sem grandes contratempos Olinda e derrotou a pequena, porém aguerrida, guarnição do forte (que depois passaria a ser chamado de Brum), porta de entrada para o
Recife através do istmo que ligava as duas cidades.
O Recife, conhecido como
Mauritsstad (Cidade Maurícia), foi a capital do
Brasil Holandês, tendo sido governada na maior parte do tempo pelo conde alemão (a serviço da Coroa dos
Países Baixos)
Maurício de Nassau. Neste período, Recife foi considerada a mais próspera e urbanizada cidade do continente americano. O império holandês nas Américas era composto na época por uma cadeia de fortalezas que iam do
Ceará à embocadura do
rio São Francisco, ao sul de
Alagoas. Os holandeses também possuíam uma série de feitorias na
Guiné e
Angola, situadas no outro lado do
Atlântico, o que lhes dava controle sobre o açúcar e o tráfico negreiro, administradas pela Companhia das Índias Ocidentais.
Maurício de Nassau realizou uma política de tolerância religiosa frente aos
católicos e
calvinistas. Além disso, permitiu a migração de
judeus ao Recife, que passou a abrigar a maior comunidade judaica de todo o continente, e a criação de uma
sinagoga, a
Kahal Zur Israel, inaugurada em 1642 e considerada o primeiro templo
judaico das Américas do Sul, Central e do Norte.
[2]O conde desembarcou na
Nieuw Holland, a Nova Holanda, em 1637, acompanhado por uma equipe de arquitetos e engenheiros. Nesse ponto começa a construção de Mauritsstad, que foi dotada de pontes, diques e canais para vencer as condições geográficas locais. O arquiteto
Pieter Post foi o responsável pelo traçado da nova cidade e de edifícios como o palácio de Freeburg, sede do poder de Nassau na Nova Holanda, e do prédio do observatório astronômico, tido como o primeiro do Novo Mundo. Em 28 de fevereiro de 1644 o Recife (atualmente o Bairro do Recife) foi ligado à Cidade Maurícia com a construção da primeira ponte da América Latina.
[1]
Durante o período colonial, no
século XVI, a resistência
quilombola se iniciou no
Brasil, com a fuga de
escravos para o
Quilombo dos Palmares, na região da serra da Barriga, atual território de
Alagoas. Nos vários
mocambos palmarinos chegaram a reunir-se mais de vinte mil pessoas. Em
1694 o Macaco, "capital" de Palmares, foi tomado e destruído, e
Zumbi dos Palmares foi capturado e teve sua cabeça degolada e exposta em praça pública no
Recife.Por diversos motivos, sendo um dos mais importantes a exoneração de
Maurício de Nassau do governo da capitania pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, o povo de Pernambuco se rebelou contra o governo, juntando-se à fraca resistência ainda existente, num movimento denominado
Insurreição Pernambucana. Com a chegada gradativa de reforços portugueses, os holandeses por fim foram expulsos em
1654, na segunda
Batalha dos Guararapes, considerada a origem do
Exército brasileiro[3].
A cidade de
Salvador foi a primeira sede do
governo-geral no Brasil, pois estava estrategicamente localizada em um ponto médio do litoral. O governo-geral foi uma tentativa de centralização do poder para auxiliar as capitanias, que estavam passando por um momento de crise. A atividade açucareira é até hoje a principal atividade agrícola da região.
As datas de fundação das capitais nordestinas são:
[editar]Principais acontecimentos por século
- XV: Pinzon descobre a região ao avistar um Cabo no Nordeste Setentrional (há enorme debate entre o Cabo Branco, Mucuripe e São Roque).
- XVI: A região se torna a principal economia do país graças a sacarose exportada (ou seja, domina os setores primário, secundário e terciário da economia brasileira original). Nessa época anglo-franceses e nativos tentam se opor ao expansionismo das potências ibéricas (as regiões acima de Olinda por exemplo foram controladas por ingleses e franceses durante vastas décadas dos séculos XVI e XVII). Principais exportadores de sacarose e maiores economias (tanto do Nordeste quanto do Brasil): Paraíba, Itamaracá (que ainda aparece em muitos mapas europeus do século XVII, contradizendo assim a historiografia tradicional), Pernambuco (leste da capitania, se destacando Olinda e a mata norte - e só posteriormente a comarca alagoana) e Bahia (principalmente o recôncavo). A pecuária pioneira é introduzida na zona da mata e o comércio de madeira de brazza (palavra de origem celtíbera, que daria origem ao termo Brasil - indica algo como vermelho incandescente, vivo) se concentra principalmente nas áreas onde o poderio Ibérico era mais frágil (anglo-franceses e nativos fundam feitorias e fortins de madeira entre a baía de São Domingos e a baía da Traição, mas também na costa sudeste do RN - tudo isso ao norte de Itamaracá).
- XVII: A região passa a dominar também a pecuária brasileira. Após a conquista dos espanhóis (no trono português) contra anglo-franceses e nativos, os holandeses atacam e fundam a Nova Holanda (as duas principais cidades neerlandesas no Nordeste Sulamericano passam a ser Frederickstaadt e Mauristaadt). Nessa altura havia dezenas de indústrias exportadoras de sacarose (denominadas nessa época de engenhos de transformação) entre ambas (a maior concentração geo-econômica do período).
- XVIII: NE-MG passa a ser o eixo econômico do país (sacarose, pecuária e minérios). A migração de um cérebro empreendedor luso-cearense para Pelotas acaba por começar a destruir a supremacia nordestina na pecuária via crescimento da pecuária sul-gaúcha.
- XIX: NE-RJ-SP passa a ser o eixo do país com a decadência mineira. Em 1801 por exemplo, antes da família real fugir da ocupação napoleônica e com a exaustão das minas, o Nordeste já tinha recuperado a sua liderança isolada (porém com o pós-1808, o Rio começaria a emergir, e somente várias décadas depois o café faria São Paulo e secundariamente o Sul de Minas ibidem).
- XX: Enorme perda de peso da região, que ainda continua entre as maiores. Factores tais como o centralismo Getulista, militar e cia destroem a competitividade regional; os arquipélagos econômicos coloniais e imperiais foram destruídos para dar lugar a um centralismo ainda pior que o da época do Império Monarquista). O estado mais beneficiado foi São Paulo, porém estados vizinhos se aproveitaram também de modo secundário.
- XXI: A economia do Nordeste volta a ganhar fôlego e cresce acima da média. O centralismo excessivo do século XX acabou causando migrações descontroladas, o que gerou decadência urbana no Centro-Sul, saturação de mercado, favelização, etc. Chegou a um ponto em que os skylines de várias capitais nordestinas apresentam grau de atualização bem maior que os envelhecidos edifícios de grandes cidades do Centro-Sul, a exemplo de Porto Alegre, São Paulo, Rio, etc (indícios de decadência civilizacional, a exemplo de cidades como Montevideo, por exemplo - que acumulam muitos edifícios de décadas passadas, evidenciando assim uma certa estagnação urbanística e arquitetônica, ao contrário de zonas emergentes e/ou re-emergentes tais como Fortaleza, João Pessoa, etc).